A casa amiga

Karen Vogel, psicoterapeuta, partilhou a carta de uma pessoa que durante o processo de despertar escreve para si mesmo.

” Você é a pessoa que acorda todos os dias comigo. Aquele que respira, anda e também com quem converso ou canto. Aquele que está comigo todo santo dia. É com você que adoeço, choro e divido as situações de raiva e as de alegria. Você é aquele que vai morrer comigo, aquele que me acolhe quando algo não sai como eu gostaria. Você é meu companheiro constante, minha casa e minha razão. Eu escrevo isso para você pois agora temos um ao outro. Você nunca mais estará só”.

Ao ler esta carta de acolhimento e reconhecimento sobre si , pensei que deveríamos fazer uma declaração de tempos em tempos, como as que fazemos ou desejamos para nós e nossa família no final e início de cada ano, e muitas vezes esquecemos em seguida. Podíamos visitar estes escritos mais vezes. A ideia de escrever para si desperta o carinho, o aconchego e o autoamor; suaviza as críticas e nos aproxima.

É com este movimento de relembrar que podemos nos indagar: estamos nos cuidando? Fazemos também para nós o melhor possível?

É um bom exercício! Conversar e acordar os sentimentos, e nos dar colo, louvar e bendizer o que temos de bom.

Quantas vezes fazemos para o amigo e esquecemos de acolher, recolher, agasalhar e oferecer para nós um bom lugar.

É possível observar com sabedoria a casa construída e a qualidade dos afetos. As turbulências acontecem e podemos estar seguros e protegidos, dando lugar ao tempo para entender e se acomodar nos dilemas da vida. O que é diferente de resistir e negar as adversidades. É preciso ter paciência e resiliência para durar para sempre e dividir o pão de cada dia com benevolência e gratidão pela vida que construiu para si.

Para cuidar do outro é preciso ter cuidado bem de si próprio para sustentar o que vem do outro.

Karen relata também que pesquisadores americanos estão em campanha com as escolas para desenvolver um programa de autocompaixão para trabalhar e suavizar as críticas e para estimular a cooperação do grupo. Avaliaram que os programas de desenvolvimento de autoestima tornam as pessoas mais autocríticas e competitivas.

É claro que a autocrítica nos ajuda em muitas situações na vida, e nos leva para frente. Mas este amigo interno pode ser amigo e não tirano. Este amigo pode respeitar quem somos e o que realizamos.

Inspirado no texto Dilemas: Autocrítica de Karen Vogel/ Vida Simples/ 2016 e na música Amigo é Casa/Composição: Capiba/Hermínio Bello De Carvalho

http://vidasimples.uol.com.br/noticias/manual/autocritica-por-que-somos-tao-duros-com-nos-mesmos.phtml#.V6o0rvkrLIU
https://www.letradamusica.net/simone/amigo-e-casa.html

Precisa de ajuda na Educação? Podemos te auxiliar!

    Tags:
    Sônia Licursi

    Meu nome é Sônia Licursi. Aos 17 anos, iniciei meu percurso profissional como professora de Educação Infantil.

    Sou casada, mãe, psicóloga e orientadora educacional.

    Especialista em Psicodinâmica do Adolescente pelo Instituto Sedes Sapientiae, com experiência profissional nas áreas: clínica, educacional e social.

    Mais sobre o autor