Acabei de envelhecer mais um pouco!

Os anos vão se passando e a missão de enfrentar o meu, o seu e o nosso envelhecimento exige determinação, paciência, persistência e uma dose extra de capacidade de renúncia a muitas coisas.

Chega a hora de abandonar algumas crenças e aprender a ser menos egoísta e mais tolerante.

Mesmo inserida no meu jeito sistemático, organizado e focado, busco a minha melhor versão para lidar com a difícil arte de envelhecer. Este processo vai além da constatação da necessidade do acréscimo de grau dos óculos e da luta contra o embranquecimento dos fios de cabelos. É claro que nem só de ondas revoltas esse meu novo habitat me impõe.

Com a maturidade, a fase da velhice nos permite deixar aflorar nossa grande diversidade de experiências vividas. Além disso, nos traz a aceitação das ambiguidades, das contradições, das limitações e do desprendimento do que um dia foi essencial e deixou de ser.

O desejo de envelhecer com sabedoria, serenidade e alegria torna-se prioridade!

Prestando atenção no que o tempo tem feito com o corpo e a alma dos meus pais, exijo de mim um resgate pessoal e interno, na tentativa de chegar à ultima fase da vida com dignidade.

É através das manias impostas, das repetidas perguntas articuladas, da falta de memória e das  teimosias observadas no comportamento das pessoas mais velhas, vou percorrendo e construindo minha trajetória para a velhice.

Chegou a hora de dar um novo significado para a vida. Não quero torná-la  pesada demais. Quero ser a velhinha da família bem humorada, alegre e cheia de uma doce sensibilidade para entender e aceitar os meus limites e das pessoas que convivem comigo. E tudo isso sem sofrimento!

Sendo assim, lidando e revisitando os laços familiares busco meu autoconhecimento e minha paz interior.

Obstáculos? Certamente os tenho. Preocupação com a saúde? Nem obcecada demais e nem relaxada de menos.

Com algumas rugas, uma dose certa de humor e muita reflexão  vou me preparando para desfrutar as regalias que a idade me oferece. Tenho que aproveitar todos os momentos de lucidez que ainda me restam e vou me dando conta que muita coisa mudou!

Acabo de envelhecer mais um pouco!

Nesse meu desabafo quero parafrasear José Saramago: “Quantos anos tenho? Isso a quem importa! Tenho os anos necessários para perder o medo e fazer o que quero e sinto”.

Acabo de envelhecer mais um pouco!

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    Thais Bechara

    Meu nome é Thaís Bechara. Sou professora, pedagoga, mãe, psicopedagoga e orientadora educacional (exatamente nessa ordem). Com sólida experiência na área da Educação Infantil e Ensino Fundamental, sempre atuei em colégios de grande porte e de destaque no mercado.

    Sou graduada em Pedagogia (Orientação Educacional e Administração escolar), com Curso de Especialização em Psicopedagogia (“lato sensu”) pela PUC-SP- área institucional.

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