Brincar e aprender a jogar

Brincar é divertido, um processo que pode ser vivenciado com sorrisos, barulhos, tensões, risadas e explosões.

Observar a brincadeira é valioso e engraçado também! Olhar é ver como as pessoas pensam e vivenciam os desafios.

A expressão dos participantes é singular. Alguns monstram-se extrovertidos, demonstram sua curiosidade e revelam as possíveis jogadas. Outros esperam a sua vez timidamente. Ambos não deixam de observar todas as pistas, criam ideias assertivas e decidem pela melhor estratégia. Muitas possibilidades e particularidades!

Crianças utilizam representações e percepções para brincar e jogar. Com diferentes saberes usam recursos próprios de cada fase do desenvolvimento. Imitando, experimentando e arriscando constroem esquemas de pensamento para a aquisição da aprendizagem.

Quando começam a jogar em dupla ou em equipe, ficam atrapalhados para dar a vez ao outro. Ceder a vez pode significar perder o controle da brincadeira e o jogo.

Outro dia, tive o prazer de observar dois garotos brincando de forca com um tablet. O mais novo (5 anos) em pleno processo de alfabetização dominava o jogo e não conseguia passar a vez para o outro. O mais velho (7 anos) era mais tranquilo e observador, esperava pacientemente a sua vez, que, na maioria das vezes, não lhe era dada a oportunidade de fazer escolhas. Era um convidado para brincar que cooperava e comemorava a conquista do colega mesmo não conseguindo jogar.

O avô do garoto mais novo e dono da casa interferiu para que o neto respeitasse a vez do amigo jogar. Logo depois, foi a vez da avó interferir, propondo um novo jogo, o de memória. Foi um boa oportunidade para estabelecer as regras, compartilhar saberes e aprender ser jogador. Nem sempre ganhando, nem sempre perdendo, mas vivendo e aprendendo a jogar, como diz a música de Guilherme Arantes.

Não podemos deixar de levar em consideração as singularidades das crianças, mas esse exemplo ilustra que a entrada do outro na brincadeira foi saudável e regulou as relações sociointerativas. O valor da cordialidade também estava presente para ser aprendida pelas crianças.

O brincar desperta a aquisição de valores e habilidades, estimula a criatividade e desenvolve talentos, memória, concentração e cooperação.

Viver, brincar e aprender a jogar é um desafio constante para todos nós!

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    Sônia Licursi

    Meu nome é Sônia Licursi. Aos 17 anos, iniciei meu percurso profissional como professora de Educação Infantil.

    Sou casada, mãe, psicóloga e orientadora educacional.

    Especialista em Psicodinâmica do Adolescente pelo Instituto Sedes Sapientiae, com experiência profissional nas áreas: clínica, educacional e social.

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