Espertos ou superdotados?

Tarde chuvosa e um casal na escola. Pai e mãe diziam que a filha não estava na série certa e afirmava que a escola não preenchia as necessidades da filha. Até reconheciam que a instituição oferecia atividades planejadas e desafiadoras, mas pouco atrativas em relação às expectativas de aprendizagem. A garota em questão estava num tempo diferente das outras crianças e, diariamente, demonstrava uma ânsia desesperada pelo conhecimento.

Em casa, a menina de seis anos brincava, mas escancarava seu grande interesse por atividades de leitura, escrita, pesquisa, resolução de problemas. Tinha uma dedicação obstinada pela leitura de gibis, apresentava facilidade para línguas e um talento especial pela arte. Aprendeu a ler e escrever com três anos.

Na escola, tinha respostas para todas as perguntas. Apresentava leitura fluente e escrevia convencionalmente, sem cometer erros ortográficos.

Era uma criança que, desde pequena, sempre surpreendeu os adultos com seu rico vocabulário, sua capacidade de pensamento abstrato e sua memória invejável. Muito criativa e com alto potencial de aprendizagem, deixava todo mundo desestabilizado com sua curiosidade insaciável, sua fluência de pensamento, seu senso crítico exagerado e seu aborrecimento com a rotina. Relacionava-se bem com todos e fazia uso positivo dessa habilidade, liderando o grupo. Utilizava argumentos brilhantes para prevalecer o senso de justiça.

Os pais tinham a percepção de que a filha apresentava um ritmo de aprendizagem muito avançado em relação a seus pares e estavam dispostos a investigar e comprovar o diagnóstico de Altas Habilidades / Superdotação (PAH).

Iniciaram o longo caminho, cujo percurso até hoje, ainda não foi finalizado.

Para os pais que querem ter a certeza do diagnóstico, o primeiro caminho é consultar um psicólogo especializado em superdotação e fazer uma avaliação completa.

Luana Sant’Ana, psicóloga do Núcleo Paulista de Atenção à Superdotação e mestre em educação e superdotação pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, explica que a psicoavaliação consiste em etapas qualitativas, com análise de aspectos emocionais, físicos e de personalidade, e quantitativas, com testes em habilidades mais específicas. São necessárias de oito a dez sessões, com intervalo de uma semana entre cada uma, para chegar a um psicodiagnóstico preciso e poder entregar um relatório aos pais e à escola.

A Associação Paulista para Altas Habilidades/ Superdotação (APAHSD) é uma organização renomada que trata das altas habilidades sob o olhar da pedagogia, e não da medicina. A avaliação para identificar a capacidade acima da média trabalha hoje a questão das altas habilidades por meio do conceito de inteligências múltiplas do psicólogo americano chamado Howard Gardner.

O casal também buscou orientação na Diretoria de Ensino para obter informação sobre aceleração de série. Essa opção será estudada caso haja a possibilidade de melhoria em relação à adaptação da estudante.

Em relação à facilidade e rapidez para aprender, a escola continuou se preocupando em atender às necessidades da aluna por meio de práticas educacionais, oferecendo atividades diversificadas e com maior grau de dificuldade, possibilitando descobertas de acordo com seu interesse, propiciando situações de aprendizagem onde seus talentos podem ser valorizados e praticados.

Pessoas portadoras de Altas Habilidades necessitam de desafios constantes! Sendo assim é preciso buscar informação, se preocupar com o enriquecimento curricular e estabelecer um vínculo eficaz entre escola, família e profissionais especializados.

O que define uma pessoa portadora de Altas Habilidades/ Superdotação?

http://apahsd.org.br/é o site da Associação Paulista para Altas Habilidades/ Superdotação

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    Thais Bechara

    Meu nome é Thaís Bechara. Sou professora, pedagoga, mãe, psicopedagoga e orientadora educacional (exatamente nessa ordem). Com sólida experiência na área da Educação Infantil e Ensino Fundamental, sempre atuei em colégios de grande porte e de destaque no mercado.

    Sou graduada em Pedagogia (Orientação Educacional e Administração escolar), com Curso de Especialização em Psicopedagogia (“lato sensu”) pela PUC-SP- área institucional.

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