Por que o adolescente é tão chato?

Quem já não foi chato alguma vez? Quem não conviveu com alguma pessoa chata ao longo da vida?

Você consegue se lembrar de algum adolescente que em algum momento mostrou-se rebelde, inquieto, insatisfeito e sem a maior paciência para lidar com adultos? Pelo jeito essas pessoas, meio criança e meio gente grande, possuem todos ou quase todos os quesitos acima.

Adolescer, geralmente, significa ser do contra, ter o dom do questionamento, gostar de ser o protagonista, ser irreverente…

É uma fase de desenvolvimento que exige deles uma luta constante para impor seu lugar na sociedade e adquirir sua independência e autonomia.

A psicopedagoga Cybelle Weinberg na publicação “Adolescência e Problemas de Aprendizagem – Quem é o adolescente?” no livro Psicopedagogia: uma prática, diferentes estilos, foi muito feliz quando escreveu que a adolescência significa uma época de lutos.

Segundo a autora, todo adolescente passa por perdas. O primeiro luto é pelo corpo infantil perdido. O corpo de criança torna-se um corpo estranho. E resta ao adolescente observar, passivamente, tudo o que está acontecendo com ele e ficar na dúvida de como ficará.

O segundo luto é pelo papel e identidade infantis. O adolescente não é mais criança e isso o obriga a enfrentar a independência e a responsabilidade que o novo papel assustador exige.

O terceiro luto é a perda daqueles pais da infância. Os pais protetores, que sabiam tudo não existem mais. Aqueles pais idealizados desapareceram . Daí o sentimento de desamparo, tão característico nesta fase. Além disso, ele se dá conta de que os pais reais estão envelhecendo e, um dia, morrerão.

Como se não bastasse tudo isso, o adolescente se vê às voltas com sua sexualidade. O corpo está pronto para as primeiras experiências sexuais e com elas vem as incertezas (gravidez precoce, doenças etc. ) atrás de uma máscara de indiferença e arrogância.

O adolescente ainda tem que lidar com a escolha de uma profissão, com a sua trajetória escolar, com a sua vida social sempre regadas de inquietações e angústias do desconhecido.

Você agora entende o porque do adolescente ser tão chato.

Referência bibliográfica

Psicopedagogia: uma prática, diferentes estilos. Edith Rubinstein (organizadora) . Casa do Psicólogo Livraria e Editora Ltda – São Paulo – 1999

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    Thais Bechara

    Meu nome é Thaís Bechara. Sou professora, pedagoga, mãe, psicopedagoga e orientadora educacional (exatamente nessa ordem). Com sólida experiência na área da Educação Infantil e Ensino Fundamental, sempre atuei em colégios de grande porte e de destaque no mercado.

    Sou graduada em Pedagogia (Orientação Educacional e Administração escolar), com Curso de Especialização em Psicopedagogia (“lato sensu”) pela PUC-SP- área institucional.

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