Consumo e Infância? De quem é a responsabilidade?

 

O consumo infantil é um sintoma social e o cuidado é de responsabilidade de todos: pais, educadores, comunicadores, publicitários e governantes.

As crianças aprendem nas relações familiares e sociais. Os objetos de consumo são nomeados pelos adultos como bons, interessantes, e são classificados com critérios da cultura familiar.

A comunicação estabelecida na família, na escola e nos meios de comunicação influencia na educação das crianças, pois elas são vulneráveis e se orientam com as mensagens que recebem.

Atualmente, as famílias consomem tecnologias, o mercado de trabalho dos adultos se faz por meio de equipamentos tecnológicos. Vivemos em um mundo de informações e através delas poderíamos construir conhecimentos, mas o que fazemos é apenas consumi-los.

O processo de conscientização nasce em casa, na maneira como as famílias se organizam e como refletem sobre o consumo. É importante verificar que suas escolhas revelam o que precisam para viver e serem felizes.

A Educação traduz em conteúdos as necessidades sociais nas discussões sobre ecologia, ciência, ética, cidadania, consumo, etc., mas para construir a consciência do consumo é preciso trabalhar as atitudes para transformar em experiência o que se sabe. Analisar com critérios quais os ganhos e perdas sobre as atitudes de consumir e de não consumir, e as consequências do Consumo.

 Este é um desafio para todos nós.

O escritor Maurício A. Ribeiro cita: “Nos últimos anos, tem surgido varias análises e denúncias sobre tal questão, na forma de livros, teses, filmes. Também têm sido formuladas respostas a esse problema na forma de leis que regulamentam a publicidade infantil, e de programas de orientação para escolas e pais… Em 2012, o Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Alana lançaram a cartilha Consumismo  infantil: na contramão da sustentabilidade”.

Nós,  educadores, escutamos relatos de pais sobre os filhos que pedem, por exemplo, mochilas de uma determinada marca, que são iguais as dos colegas e não se satisfazem apenas com o que os pais podem oferecer. O que nos chama a atenção é que os pais angustiados, acham que devem comprar e não analisam a necessidade de adquirir tal produto, se o que tem ainda é possível usar ou se o concerto atende ao uso naquele ano. É um dilema e pode ser um exercício para pais e filhos. Uma ótima oportunidade para conversarem sobre o que precisam, o que querem e no que poderiam investir e conquistar. Assistimos também crianças que usam equipamentos tecnológicos de última geração, iguais aos adultos, comprado pelos próprios pais.

Para proteger o planeta da infância temos que estimular as relações afetivas na família e na escola, promover encontros com pais para ajudá-los a pensar e resolver os dilemas da vida com seus filhos e incentivar atividades como a troca de brinquedos e livros, brincadeiras de rua, alimentação saudável.  Já é um bom começo!

Brincar é um instrumento de desenvolvimento emocional. Diversão e socialização caminham juntas para garantir o entrosamento, a experiência e a riqueza de novos significados. As relações não precisam estar pautadas na compra/consumo.

É um desafio para todos nós!

http://biblioteca.alana.org.br/banco_arquivos/Arquivos/downloads/ebooks/caderno.pdf

http://envolverde.com.br/educacao/consumismo-infantil-e-descondicionamento-da-consciencia/

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    Thais Bechara

    Meu nome é Thaís Bechara. Sou professora, pedagoga, mãe, psicopedagoga e orientadora educacional (exatamente nessa ordem). Com sólida experiência na área da Educação Infantil e Ensino Fundamental, sempre atuei em colégios de grande porte e de destaque no mercado.

    Sou graduada em Pedagogia (Orientação Educacional e Administração escolar), com Curso de Especialização em Psicopedagogia (“lato sensu”) pela PUC-SP- área institucional.

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