No gosto amargo do erro, o caminho doce da aprendizagem

Se errar é humano, então todo educador deve compreender o erro, interessar-se por ele e considerá-lo como parte do processo de criação do saber. É por isso que é essencial que o aluno consiga tomar consciência dos erros, identificando sua origem para que possa transformá-los, sendo capaz de seguir para a etapa seguinte.

Sendo assim, uma avaliação formativa deve ter a preocupação em compreender a situação do aluno, de modo a buscar ações corretivas mais eficazes.

Antes de qualquer coisa, essa observação do aluno deve estar sempre acompanhada de uma análise do sujeito aprendente em questão. Só o certo ou errado é muito pouco para a coleta de informações. Seria interessante colocar no lugar do acerto ou do erro outras categorias: “resposta exata, resposta parcialmente exata, resposta pouco exata, resposta inexata, ausência de resposta” (Hadji, p.98, 2001). Assim será possível, determinar o tipo de erro, analisando e interpretando-o.

Errar não significa cometer uma falha que deva ser julgada e condenada, mas pelo contrário, deve ser um exercício de reflexão, onde são investidos esforços na busca de um objetivo qualquer.

Durante esse percurso, o aluno pode ser bem ou mal sucedido e como diz Luckesi , “aí não há erro, mas sucesso ou insucesso nos resultados de nossa ação”.(Luckesi, p.55, 1999)

Essa ideia não é um discurso para justificar e defender o erro como o caminho necessário para a aprendizagem, mesmo porque, junto com o erro, vem a culpa e o desgosto. Mas não devemos nos sentir culpados ou castigados porque erramos, mas, uma vez que os erros e os insucessos ocorram devemos aprender com eles tirando o que há de mais benéfico para a nossa vida.

O estudo do erro está muito relacionado com o estudo da avaliação. A análise dos erros não é um fim em si. É um meio para tornar a avaliação mais formativa, onde o professor, a partir do erro crie condições mais adequadas para a superação do obstáculo revelado pelo erro.

O professor, a partir do erro pode interpretar respostas e levantar hipóteses sobre os procedimentos seguidos pelos alunos. Mas o que o aluno pode fazer por ele mesmo?

Nesse caso, o professor tem uma contribuição valiosa para dar aos alunos: a autoavaliação. É nela que o aluno terá oportunidade de refletir sobre o seu trabalho, após examiná-lo. Esse autobalanço acontece no momento em que ele analisa o produto final e verifica sua conformidade ao modelo ideal. Nesse momento, se desenvolve um olhar crítico sobre o que se faz enquanto se faz.

Esse processo não pode ser encarado como algo que não passaria de uma orientação apenas. Ela deve permitir ao aluno uma reflexão, uma análise, uma construção de uma tarefa que dará condições para fazer um exame crítico de sua produção, com o objetivo de alcançar um êxito maior.

O erro não é um desvio do caminho da aprendizagem e é por causa dele que a aprendizagem pode surgir. Ele tem um valor construtivo, porque é analisando as próprias respostas equivocadas que se pode chegar a respostas mais adequadas.

Vale a pena ressaltar que o erro precisa ser assumido tanto pelo professor como pelo aluno, para que possa haver um processo de ensino-aprendizagem.

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    Thais Bechara

    Meu nome é Thaís Bechara. Sou professora, pedagoga, mãe, psicopedagoga e orientadora educacional (exatamente nessa ordem). Com sólida experiência na área da Educação Infantil e Ensino Fundamental, sempre atuei em colégios de grande porte e de destaque no mercado.

    Sou graduada em Pedagogia (Orientação Educacional e Administração escolar), com Curso de Especialização em Psicopedagogia (“lato sensu”) pela PUC-SP- área institucional.

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