ESPAÇO DE CONVERSA: DIA DE TROCAR LIVROS NA ESCOLA

MÃE PERGUNTA:

Olá. A escola de meus filhos organizou um dia de trocas de livros. Ótima iniciativa. Os alunos levaram três livros para serem trocados. Toda a escola participou (alunos de 3 a 12 anos).

Um dos meus filhos escolheu livros de fábulas: Ilha do Tesouro, Gato de Botas etc. No entanto, esses livros eram de uma edição simples, história resumida . Li muito para eles na idade entre quarto e cinco anos.

Os livros foram devolvidos pela escola. A argumentação foi a seguinte: os livros não continham uma história elaborada, um repertório, a linguagem era muito simples e não tinham todos os dramas da história original. A frase final da educadora foi que “existem livros bons para trabalhar na escola e livros para brincar (comprados em banca de jornal).

Sempre acreditei que se a história tem um pequeno argumento, ortografia correta e boa moral, vale a pena ler, inclusive na escola, independentemente se sua capa é simples (se for aplicado à idade adequada). Meu questionamento é: esses livros, cujos textos são resumos dos textos originais, são realmente inadequados?

CONVERSANDO COM EDUCAÇÃO RESPONDE:

Seu questionamento é bastante relevante. Se a escola organiza um dia de troca de livros deve estar preparada para trabalhar com a diversidade quanto ao gênero, tema, autor, versão, imagem etc.

Qual significado que a escola quis dar aos leitores devolvendo o livro? Por que não utilizou esse exemplar para ampliar o repertório de leitura e escrita?

Se o evento contemplava crianças de 3 a 12 anos, esse livro poderia ser fonte de análise literária, reflexão textual e comparação de versões.

Seria um ótimo momento para resgatar permanências e mudanças em relação ao título, ao conteúdo, a forma como foi escrito e a época de publicação, enfim..

Livro sem capa dura é livro. Livro comprado na banca é livro. Livro online é livro.

Será que este evento não se resume em trocar por trocar? Isso deveria servir para a escola aprimorar: o olhar para o evento em si e suas variáveis, as relações com o saber, o cuidado com a contribuição dos alunos e a postura dos educadores.

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    Sônia Licursi

    Meu nome é Sônia Licursi. Aos 17 anos, iniciei meu percurso profissional como professora de Educação Infantil.

    Sou casada, mãe, psicóloga e orientadora educacional.

    Especialista em Psicodinâmica do Adolescente pelo Instituto Sedes Sapientiae, com experiência profissional nas áreas: clínica, educacional e social.

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