Mordeu? E agora?

Este artigo nasceu devido aos vários pedidos de leitores que nos solicitaram abordar o tema sobre mordidas entre gente pequena no ambiente escolar.

Mordidas acontecem! É pela boca, pelo seio materno, que o bebê tem o primeiro contato com o mundo. Esse momento, lhe proporciona o prazer de matar sua fome. Nessa fase, tudo vai para a boca. A criança pensa que é a dona do mundo e não existe a menor chance que ela perceba que os outros tenham necessidades, interesses e direitos. Sendo assim, é comum brigar e disputar por brinquedos, utilizando a mordida como uma forma bastante radical. E mesmo após tanta discórdia, raiva e frustração, logo as crianças voltam a brincar, como se nada tivesse acontecido.

Sabemos que os pequenos exploram o mundo por meio da via oral, mas, mordida dói e deixa marca, por isso é necessário intervir. Oportunidade para novas aprendizagens!

A coordenadora e formadora de professores Ana Paula Yazbek recomenda que a primeira coisa a ser feita é identificar as situações em que isso acontece. A mordida pode ser uma forma de carinho, por vezes aprendida em casa, com os pais, pode ser por insegurança no espaço onde está, pode ser por irritabilidade e até um meio de chamar a atenção.

Se o filho volta da escola para casa com a marca de uma mordida no braço é muito comum que os pais achem que o filho não está sendo bem cuidado.

Mordeu? E agora?

É hora de acalmar a vítima e de conversar com o agressor para que ele perceba as consequências da ação , mesmo sem ter tido a intenção de machucar.

A escola precisa avaliar sua atuação, pensando sobre sua rotina, seus espaço, a quantidade e variedade de brinquedos. Muitas vezes, esses fatores são os desencadeadores de mordidas.

A melhor maneira de se ajudar as crianças envolvidas no conflito é evitar castigos, ameaças, sermões e atribuição de rótulos. Ficar por perto e de olho atento, oferecer um brinquedo, sugerir uma nova atividade, partilhar a leitura de um livro são algumas possibilidades de tentativa de evitar novos episódios.

Outro fator importantíssimo: conversar com as famílias e colocá-las a par do que está acontecendo. Caso o ataque tenha sido mais forte e tenha deixado marcas, a professora e/ou a orientadora educacional precisa contatar as famílias do envolvidos, explicar o ocorrido e deixar claro que a escola está disponível para atendê-las. Nessa momento, é hora de esclarecer a família a respeito do trabalho desenvolvido na escola, como tem sido as ações no sentido de evitar esse tipo de acontecimento e como as professoras estão trabalhando, diariamente, para que os conflitos sejam resolvidos por meio do diálogo.

Uma coisa é certa: a mordida na escola é uma situação constrangedora para os pais da criança mordedora que se sentem envergonhados e culpados, para os pais da criança agredida que se sentem chateados com o machucado do filho e para a escola que tem a tarefa de eliminar os incidentes e contar com a compreensão dos pais. Não é fácil para ninguém!

Precisa de ajuda na Educação? Podemos te auxiliar!

    Thais Bechara

    Meu nome é Thaís Bechara. Sou professora, pedagoga, mãe, psicopedagoga e orientadora educacional (exatamente nessa ordem). Com sólida experiência na área da Educação Infantil e Ensino Fundamental, sempre atuei em colégios de grande porte e de destaque no mercado.

    Sou graduada em Pedagogia (Orientação Educacional e Administração escolar), com Curso de Especialização em Psicopedagogia (“lato sensu”) pela PUC-SP- área institucional.

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