Na qualidade de autor
Nos últimos tempos, tem se falado bastante sobre a importância da construção de espaços de autoria.
É comum ver pessoas preocupadas em deixar de ser meros reprodutores de um modelo pronto.
Apostar na autoria exige construção de novas práticas, autonomia, investigação e aprendizagem diária.
Voltando ao passado, é interessante lembrar que muitos brinquedos eram confeccionados manualmente pelas próprias crianças, com ou sem a ajuda de um adulto. Nessa mesma época, vários presentes oferecidos tinham um toque especial, pois o presenteado recebia algum produto construído com total exclusividade: um pote de geleia com aquele sabor caseiro que permanece na memória afetiva até hoje; uma peça de cerâmica pintada de acordo com a decoração da casa do presenteado; uma peça feita de tricô feita pela vovó mesmo antes do nascimento do neto; um texto escrito à mão cheio de palavras saborosas…
Fazer algo para alguém requer disponibilidade de tempo, doação de energia e acolhimento emocional.
Durante esse processo da construção do novo é possível arriscar criando, desejar percebendo e interagir dialogando. Nesse movimento, percebe-se a importância de se ir além do olhar do outro. É permitir-se ser dono, ser produtivo, ser protagonista.