Afinal, qual é o seu nome?

Maria, João, José… Todos nós possuímos um nome que é garantido pela nossa legislação e recebido oficialmente após o nosso nascimento.

Mas e quando o nosso nome não é o nome oficial? Calma! Deixe-me explicar. A história que vou contar é verídica e qualquer semelhança é mera coincidência.

O nome verdadeiro da minha mãe, aquele que consta em todos os documentos, não é o mesmo em que ela se intitula ou responde a chamados prontamente.

A mãe do meu avô era chamada de Márcia, porém o seu verdadeiro nome era Maximília. Coisa de italiano vivendo no Brasil. No dia em que minha mãe nasceu, filha primogênita, merecia receber o mesmo nome que a avó paterna. Aí começou a confusão. .

Márcia, minha mãe, nasceu, cresceu e foi para escola. Num belo dia, recebeu um recado da secretaria escolar que era preciso apresentar uma certidão de nascimento, pois estava ingressando no ginásio. E como pode ser esperada, a curiosidade falou mais forte. Ao ler o documento que estava em seu poder descobriu que Márcia não era seu verdadeiro nome. Ficou brava, esbravejou, negou e pediu explicações aos pais, mas naquela época, pouca atenção recebeu.

Por muito tempo, sentiu vergonha do seu nome, tentou ignorá-lo, mas lá estava registrado em todos os documentos: Maximília!

Encenar a mesma história da sua avó? Viver com um nome que não lhe pertencia?

Essas indagações a acompanharam ao longo da sua vida e, do jeito que foi possível, procurou assimilar esse dilema. Posso até desconfiar que a vida auxiliou um pouco.

No dia em que nasceu seu primeiro filho, o nome já estava escolhido. Qual? Eu respondo: Márcio. E para finalizar a história com chave de ouro, meu irmão Márcio casou-se com uma mulher, que por incrível que pareça, chama-se Maximiliana.

Será que Freud explica? Se explica eu não sei, mas essa foi uma bela maneira de resgatar a sua identidade.

Quanta história pode ter um nome!

O nome próprio concretiza a expectativa que os pais depositam no filho. Tem nome forte, o bem-humorado, o que honra alguém muito especial, o da pessoa famosa e o repetido do pai, da mãe, da avó…

Seja como for é uma marca que está repleta de história, sentimentos, memória, afetividade e, todas às vezes que somos nomeados, tudo isso vem à tona, seja de forma consciente ou inconsciente.

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    Thais Bechara

    Meu nome é Thaís Bechara. Sou professora, pedagoga, mãe, psicopedagoga e orientadora educacional (exatamente nessa ordem). Com sólida experiência na área da Educação Infantil e Ensino Fundamental, sempre atuei em colégios de grande porte e de destaque no mercado.

    Sou graduada em Pedagogia (Orientação Educacional e Administração escolar), com Curso de Especialização em Psicopedagogia (“lato sensu”) pela PUC-SP- área institucional.

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