Tem que ser assim mesmo?
Conviver com as pessoas neste mundo atual tem exigido de nós muita cautela.
Hoje, temos a preocupação com o que os outros vão pensar. Essa onda do politicamente correto está presente nas nossas ações diárias. Basta assistir a um programa de televisão para percebemos que alguns termos antes usados, não são mais adequados. Podemos exemplificar: favela agora é conhecida por comunidade; o negro passou a ser afrodescendente; o gordo é o portador de sobrepeso; o velho é idoso; a empregada é assistente e o funcionário é o colaborador. Será que as gerações passadas tinham a intenção de ofender alguém quando faziam uso de alguns desses termos? Por que, hoje, a nossa geração se sente ofendida?
No tempo dos nossos avós, as pessoas comiam carne vermelha, ovo, e sei lá mais o que e não tinham a preocupação que tais escolhas fossem ferir susceptibilidades alheias.
Ainda retratando a vida de antigamente, as pessoas trabalhavam para viver. Hoje, fácil fácil, vemos as pessoas vivendo para trabalhar! É comum observar a quantidade de jovens exercendo “cargos de confiança” (existe cargo que não seja de confiança?) com uma carga horária infinita. Hora definida para entrar no serviço, mas totalmente indefinida para ir embora. E-mails circulam de madrugada, feriado e fim de semana como se esses “contatos imediatos” estivessem previstos no contrato de trabalho. Isso sem falar do pouco tempo disponível para almoçar e do extenso volume de trabalho exigido rotineiramente. É impressionante como tudo é urgência e emergência ao mesmo tempo! Reclamar? Não é possível! “O mundo corporativo é assim mesmo!” – ressaltam todos os jovens colaboradores. Então perguntamos: Tem que ser assim mesmo?
Voltando ao passado, havia um critério de boa conduta em casa, no trabalho, na rua ou na escola. Essas regras eram ensinadas para as crianças e o modelo do adulto servia de exemplo.
Não era comum ver mãe se encaminhando à sala de Orientação Educacional (ou Diretoria) para solicitar a mudança de sala de aula porque o filho não se dava com algum determinado colega que tivesse sido matriculado na mesma classe. Atualmente esse procedimento é muito comum, infelizmente!
Nos deslocamentos feitos de ônibus, não havia lugar reservado para idosos e gestantes, mas, mesmo assim, um cavalheiro sempre oferecia o seu lugar para as mulheres e pessoas mais velhas. Não precisamos nem relatar o que acontece hoje!
Ninguém quer viver num mundo cheio de desigualdades e opressões e nem queremos estabelecer padrões de julgamento, mas está na hora de transformarmos algumas ações.
O tempo passa! A vida muda! As novas necessidades vão surgindo , mas não podemos deixar de enfatizar a importância dos bons exemplos na nossa sociedade!