Viver o presente, aprender com o passado e criar o futuro

Local: playground

Antes: um lugar de chão de terra batida e crianças brincando com crianças, pulando, se escondendo atrás das árvores, brigando de vez em quando e fazendo as pazes logo em seguida. Adultos? Sentados no banco, observando e deixando as crianças se virarem por conta própria.

Hoje: um lugar protegido por piso emborrachado e ao lado das crianças mães, pais, babás ou vovós brincando juntos com as crianças ou “ensinando-as” a brincar.

Local: escola

Antes: aluno na sala de aula que deixou de estudar, foi mal na prova e sua avaliação ficou abaixo da média. Pais? Responsabilizavam o filho por não ter se empenhado o suficiente e por não ter cumprido, satisfatoriamente, seu papel de estudante.

Hoje: aluno não se responsabiliza pelas atividades escolares, sua nota fica abaixo da média e reclama aos pais que o professor é o culpado, pois não considerou sua questões pessoais. Pais? Tendem a minimizar a falta de responsabilidade do filho, procuram a equipe escolar e tentam responsabilizar o resultado insuficiente, apontando a incompetência pedagógica do professor, o método de ensino impróprio e o injusto processo avaliativo proposto pela escola.

Local: espaço de convivência

Antes: crianças brincando com crianças e não eram convidadas a participarem do mundo dos adultos. As famílias eram numerosas e conviviam com grande número de irmãos, tios, muitos primos, amigos, amigos dos amigos, vizinhos, avós e funcionários que faziam os trabalhos domésticos. Diante de um desentendimento, as próprias crianças resolviam suas desavenças. Era uma época em que o olhar do pais tinha poderes mágicos, pois, normalmente, não era necessário usar outro recurso. Obedecia-se e ponto final.

Hoje: crianças transitam no mundo adulto com muita desenvoltura. Com muita naturalidade, brincam sozinhas ou com uma pessoa adulta. Participam de todos os acontecimentos familiares, municipais ou até mundiais, pois vivem conectados. A família, geralmente, é pequena e o convívio com primos, tios e agregados não é tão frequente como antes. Diante de um desentendimento, os pais são os primeiros a tomarem as dores e, com atitudes superprotetoras, reagem prontamente a qualquer incômodo que atrapalhe a felicidade do filho.

O presente e o futuro

Mas não podemos generalizar! Ainda bem que nos deparamos com alguns pais que estão fazendo um bom trabalho e com algumas crianças que estão se beneficiando da verdadeira arte de brincar, de conviver e de explorar o mundo como ele é, buscando recursos próprios para aprender a ser.

Tirar do desenvolvimento das crianças todo o desconforto, as frustrações, as decepções e até mesmo a brincadeira, não facilitará em nada a trajetória de vida de ninguém!

Por meio da experiência (as negativas também) aprendemos a enfrentar os desafios. É preciso controlar menos e oferecer ricas oportunidades para que qualquer filho querido aprenda a se controlar, a interagir com o mundo que o cerca e que saiba fazer uso da tal expressão tão usada hoje em dia : ser relisiente.

E você, como está exercendo seu papel de pai? De que modo você permite que seu filho exerça o papel de filho?

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    Thais Bechara

    Meu nome é Thaís Bechara. Sou professora, pedagoga, mãe, psicopedagoga e orientadora educacional (exatamente nessa ordem). Com sólida experiência na área da Educação Infantil e Ensino Fundamental, sempre atuei em colégios de grande porte e de destaque no mercado.

    Sou graduada em Pedagogia (Orientação Educacional e Administração escolar), com Curso de Especialização em Psicopedagogia (“lato sensu”) pela PUC-SP- área institucional.

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