Aprendendo a conhecer o mundo.

Sabemos que alguns pais têm medo de dizer não e contrariar os filhos. É evidente a preocupação dos adultos com os efeitos emocionais que podem causar o enfrentamento com o limite imposto, durante todo o processo de crescimento dos filhos.

A ideia de viver uma vida feliz é o desejo de todo mundo, mas é certo que em alguns (ou até vários) momentos, nesta busca pela felicidade, deparamo-nos com frustrações, tristezas, desafios, aborrecimentos e choros.

Pais devem ajudar as crianças e os jovens a se desenvolverem para que estejam prontas a viver neste mundo moderno, que saibam tomar decisões e tenham foco em si e nos outros. Atenção e cuidado dedicados aos filhos são necessários sempre e as interferências feitas são essenciais para a formação do sujeito.

Observar as relações de pessoas que nem conhecemos é uma tarefa interessantíssima, para refletirmos o que está acontecendo nos contextos familiares e nas deliberações educacionais.

Um exemplo disso é você estar num restaurante e, na mesa ao lado, chega uma família (pai, mãe e dois filhos).  O menino que deveria ter seus oito anos, já chegou emburrado e contrariado por algum motivo. Por mais de três vezes, foi possível ver o pai pedindo que parasse de chorar, pois estavam em um lugar público e nesses locais tinham regras de convivência. Avisou, também, que a chance do filho conseguir o que queria era zero, portanto de nada adiantaria alongar o sofrimento dele.

Em seguida, a filha mais velha (por volta de 12 anos) resolveu questionar os pais sobre a braveza deles e a não condescendência em atender o pedido do irmão.

Nesse bate papo denso, o pai, calmo e determinado, abriu o espaço para ouvir a filha que continuou se queixando da postura de seus genitores. A essa altura, o menino já estava quieto e atento ouvindo a conversa.

Os pais continuaram o diálogo deixando bem clara a responsabilidade deles sobre a formação dos filhos e o desejo  em oferecer o melhor para a sua prole, mesmo que isso causasse dor, frustração e descontentamento. Defendeu a ideia de que é melhor fazer isso enquanto são pequenos, pois  o mundo adulto é cruel e eles estarão amadurecidos para enfrentar os percalços da vida.

Em determinado momento, o pai perguntou aos filhos que atitude eles deveriam tomar, e prontamente a filha respondeu:

– Falando com a gente!

– E o que estamos fazendo? – questionou o pai.

Argumentos esgotados! E com a ajuda do garçom o almoço chegou à mesa e o papo foi encerrado.

Quem ama educa, segundo Içami Tiba.

O exemplo compartilhado com vocês, foi uma bela oportunidade para filhos construírem um repertório de resolução de conflito por meio do diálogo. Os pais puderam servir de modelo de como agir, como ouvir e como validar regras e princípios. Você percebeu a afetividade envolvida nessa corriqueira situação familiar?

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    Sônia Licursi

    Meu nome é Sônia Licursi. Aos 17 anos, iniciei meu percurso profissional como professora de Educação Infantil.

    Sou casada, mãe, psicóloga e orientadora educacional.

    Especialista em Psicodinâmica do Adolescente pelo Instituto Sedes Sapientiae, com experiência profissional nas áreas: clínica, educacional e social.

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