Coragem: aprender faz parte da vida
Um passeio.Um olhar, uma escuta, um pensamento.
Passear sem se preocupar com o que os olhos vão enxergar.
O cenário é de um dia lindo, repleto de sol e calorzinho na medida certa.
Pessoas… várias pessoas…
Uma criança corre da onda para fugir do mar que insiste em pegá-la. Não sabe ainda, mas um dia vai aprender que isso tem a ver com a maré.
Outra criança sai correndo e, sorrindo, faz de tudo para espantar algumas pombas. Até tenta alcançá-las, mas não tem jeito! Aprende a lidar com a sensação de que nem tudo na vida, conseguimos atingir com facilidade.
Uma mãe não pode deixar de responder uma mensagem no WhatsApp. Deve ser urgente… ou não… Infelizmente, perde o momento em que o filho descobre que não é possível segurar a água do mar com as mãos por um longo tempo. E olha que ele tenta de todas as formas! O filho até busca argumentar com a mãe que olha, escuta, mas não ouve. Aprende que será preciso se esforçar muito para que o mundo possa ouvi-lo.
Lá, mais adiante, um adulto justifica com a criança que está frio e que tomar sorvete está fora de cogitação. Não sei se tal argumento convence a criança. Está frio para tomar sorvete, mas não está frio para ir à praia, entrar no mar e brincar no sol? Como assim? Aprende que, nem sempre, um argumento tem coerência.
Tem também aquela criança que deseja curtir um pouco mais o momento de fazer um castelo de areia, mas o pai quer ir embora. Até ameaça deixá-la sozinha, mas como toda criança esperta, já teve outras oportunidades de perceber que os pais jamais a deixariam sozinha, então ignora o apelo e continua sua construção na areia. Aprende que quem manda na família é ela e ponto final.
Pai e mãe querem caminhar de mãos dadas. Filho quer aconchego e colinho da mãe. Nada como deixar a mãe só para ele. Aprende que Freud existe!
Moral da história: aprender faz parte da vida. Podemos aprender pela dor ou pelo amor, mas o fato é que tudo o que acontece, de um jeito ou de outro, é motivo para ampliarmos o nosso espaço de conhecimento. Todo adulto tem o dever de ser um bom conhecedor da matéria que ensina. Toda criança é competente o suficiente para aproveitarmos esse potencial de desenvolvimento. Coragem!