Devemos vestir a camisa verde e amarela?

Lembro muito bem o quanto torci de coração aberto na Copa de 70. Muitas imagens ainda estão guardadas em minha memória!

Assistir ao jogo na televisão (que naquele tempo não era colorida) passou a ser um momento de festa! Rivelino, Tostão e Pelé foram alguns protagonistas dessa história que nos deixaram boas recordações!

O clima verde e amarelo tomou conta das ruas e do meu país. Meu irmão tem, até hoje, a bandeira confeccionada pela minha avó. Mesmo em meio a ditadura, vivemos em 1970, um verdadeiro clima de festa.

A paixão dos brasileiros pelo futebol sempre foi evidente: “Foi gol? Estava impedido? O juiz deu pênalti? Que drible foi esse? “

Os anos se passaram e ora o Brasil tornou-se campeão, ora o Brasil estava eliminado. Revivemos uma verdadeira confusão entre amor e ódio pela nossa seleção!

Agora, chegamos a um momento marcante no futebol, pois a Copa de 2014 será em nossa casa! A responsabilidade é imensa assim como é o nosso sentimento de preocupação.

Queremos torcer pelo nosso país, mas como? Como posso deixar de lado os momentos vividos por todos nós brasileiros? Como desconsiderar as denúncias de superfaturamento nas obras realizadas pelo governo por causa da Copa? Como desconsiderar os atos de violência nas ruas? Como conviver com o vandalismo causado pelos black blocks? Isso sem falar dos arrastões, dos saqueadores, das greves que tumultuam o nosso dia-a-dia e dos nossos ilustríssimos governantes!

Notícias de manifestações populares contra o gasto público pra lá de exagerado se misturam com as notícias da Copa do Mundo. Uma coisa é certa: dia 12 de junho começa o torneio e, com infraestrutura ou não, a seleção que representa o meu país vai disputar o campeonato aqui mesmo.

Não sei o que nos espera e tão pouco sei como lidar com esse sentimento. Diante de tudo isso, o que sobra no coração do brasileiro? Como torcer feliz se em nossa volta há tantos motivos para contestarmos? Esperamos a vitória de quem? A que preço?

Tenho na gaveta minha camisa verde e amarela. Tenho, também, a bandeira costurada pela minha avó, mas faltará coragem de vestir a camisa e pendurar na janela de minha casa o orgulho de ser brasileiro?

Apesar dos pesares, nossos jogadores não tem culpa e o nosso amor pelo futebol permanece forte! Então, o senso de justiça me diz que não posso e não quero torcer contra e a minha forma de protesto será nas eleições com o meu voto na urna!

Que venham os torcedores estrangeiros, os chefes de estado e a imprensa do mundo inteiro, pois este aqui é o meu país!

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    Thais Bechara

    Meu nome é Thaís Bechara. Sou professora, pedagoga, mãe, psicopedagoga e orientadora educacional (exatamente nessa ordem). Com sólida experiência na área da Educação Infantil e Ensino Fundamental, sempre atuei em colégios de grande porte e de destaque no mercado.

    Sou graduada em Pedagogia (Orientação Educacional e Administração escolar), com Curso de Especialização em Psicopedagogia (“lato sensu”) pela PUC-SP- área institucional.

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