Refletindo sobre educação

Sempre achei muito difícil ser mãe ou pai. Não concordo com aqueles que acreditam que a mulher tem um instinto materno.Essa ideia é construída culturalmente, na verdade a maternidade é socialmente adquirida.No passado, quando as mulheres ficavam em casa cuidando dos filhos, não havia uma preocupação com a profissão e as regras do que se podia permitir ou não eram mais claras, pois era uma sociedade mais rígida, mais normatizada. Hoje, na era da globalização, em uma época em que o desenvolvimento profissional é importante para sua carreira, fica muito difícil ser mãe, pois além dessa preocupação não há regras fixas para seguir.

Vivemos em um momento no qual, além de cuidar dos filhos, os pais têm que trabalhar muito para pagar as contas e às vezes estudam também para poder se desenvolver no mercado de trabalho. Estão sempre preocupados com algo e constantemente cansados.

Nesse contexto, preocupados e cansados, fica ainda mais difícil colocar limites nos filhos, pois depois de falar muitas vezes NÃO e ser desobedecidos, os pais acabam desistindo e deixam para lá. Assim, a criança vence pelo cansaço e aprende que a palavra final é sempre dela. No fim ela faz o que quer!

Atualmente é difícil dizer NÃO, pois somos o produto da geração “é proibido proibir”… Aprendemos, incorretamente, que dizer NÃO traumatiza a criança e, na verdade, não é bem assim.

Deve-se lembrar que o limite não faz mal, pelo contrário, saber que não pode fazer tudo o que quer ajuda a criança a se estruturar e traz a ela própria um grande alívio. Uma criança que acha que pode fazer qualquer coisa corre até risco de vida.

Crianças que conhecem seus próprios limites sentem-se mais seguras: saber que conseguem se controlar as deixam orgulhosas.Uma criança que testa seus limites a todo instante pode estar buscando desesperadamente que alguém lhe diga NÃO.

Os limites marcam o que pode e o que não pode fazer. Para se viver em sociedade é preciso respeitar as regras e os direitos das outras pessoas e a criança deve aprender isto desde cedo.

A criança que cresce sem limites tem maior dificuldade para conviver em sociedade, pois está acostumada a ter todas as suas vontades satisfeitas e isto não acontece na vida real. Esta situação pode ficar ainda mais complicada quando esta criança entra na adolescência pois os pais podem perder totalmente o controle.

Na educação de filhos não existe um manual ou regras que se possam seguir. As famílias têm valores diferentes e as crianças são diferentes.

No entanto, parece que podemos tirar regras gerais como, por exemplo, não deixar as crianças fazerem em casa aquilo que não poderão fazer na casa dos outros, como pintar as paredes ou pular em cima dos móveis.

Também não acredito que falar uma coisa e fazer outra eduque uma criança. Se os pais fumam, por exemplo, já estão passando uma mensagem por mais que digam a seus filhos que fumar não é bom.O mesmo, é claro, se estende para tudo como, por exemplo, dizer que é importante uma alimentação saudável e só comer salgadinhos.

Importante ressaltar que as regras devem ser coerentes e lembrar que ameaças não cumpridas tiram a autoridade dos pais.

As crianças precisam de regras claras para se sentir seguras e para poderem se organizar emocionalmente. É em casa que a criança aprende a viver no mundo!

Marcia Assumpção – Psicóloga – marcia.assumpcao.9@facebook.com

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    Thais Bechara

    Meu nome é Thaís Bechara. Sou professora, pedagoga, mãe, psicopedagoga e orientadora educacional (exatamente nessa ordem). Com sólida experiência na área da Educação Infantil e Ensino Fundamental, sempre atuei em colégios de grande porte e de destaque no mercado.

    Sou graduada em Pedagogia (Orientação Educacional e Administração escolar), com Curso de Especialização em Psicopedagogia (“lato sensu”) pela PUC-SP- área institucional.

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