“NANANINANÃO”

As crianças de hoje não são educadas para suportar o NÃO.

No meu tempo de infância, bastava o olhar dos pais e o filho não tinha outra opção a não ser obedecer. Eu sei que era uma época em que os pais tinham que ser autoritários e os filhos não tinham querer. Talvez seja por isso que os filhos desses pais, que sofreram tanto com essa fórmula de educação, tornaram-se pais extremamente permissivos, como uma resposta de negação em relação ao método utilizado.

Nos dias de hoje, é comum vermos crianças acreditando que são onipotentes e podem tudo. Podem brigar de igual para igual com os adultos, podem gritar até convencerem os pais e avós a cederem, fazendo prevalecer suas vontades, podem usar diversos artifícios para tentarem convencer as pessoas que elas não estão prontas para serem frustradas e, nessa guerra vale tudo!

Felizes são aqueles que têm a coragem de usar, sabiamente, o poder de pais soberanos e abrem espaços para que seus filhos exprimam seus sentimentos de maneira socialmente aceitável.

Estabelecer limites é respeitar a criança de hoje e o adulto de amanhã.

Educar não é uma tarefa fácil!

Um dia, durante o período de férias escolares, estava eu na fila de uma atração num parque de diversão e na minha frente havia um casal com dois filhos. O mais velho aparentava ter uns dez anos e demonstrava grande interesse em vencer uma fase de um jogo acessado em seu celular.

Já o mais novo, de aproximadamente seis anos, não conseguia parar quieto um minuto sequer. Andava de um lado para o outro naquele pequeno espaço de circulação, esbarrava em todo mundo, pisava nos pés das pessoas, mexia nas correntes que delimitavam a fila, provocava o irmão e não tinha a mínima percepção do quanto estava inconveniente.

A mãe, muito cansada com a postura inquieta do filho, esperava uma atitude mais efetiva do pai que também só teve força para dizer: “Sossega! Se você não ficar quieto vai sair do brinquedo e vai para o hotel agora!” E é claro que nada aconteceu. Nem ele ficou quieto e nem a família o levou para o hotel! O garoto continuou perturbando todo mundo.

Conclusão: pai e mãe se eximiram das responsabilidades de educar, de cuidar, de fazer prevalecer suas opiniões e de respeitar as pessoas.

O que se viu foram pais desautorizados, pois a fala deles foi totalmente ignorada. E nessa história, mais uma vez o garoto teve a confirmação que para ele limites não existem e tudo é permitido, inclusive incomodar quem quer que fosse.

E é isso que não pode acontecer! Pais não podem perder o poder sobre o filho e achar que só com ameaças, que não são cumpridas, é possível resgatar a autoridade.

Educar dá mais trabalho do que simplesmente cuidar. Filhos precisam aprender o que pode, o que não pode fazer e nesse processo é preciso incluir critérios de valor.

A criança que desrespeita o “não” dos pais tende a desrespeitar o “não” de outras pessoas. Essa criança vai crescer e se tornará que tipo de pessoa?

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    Thais Bechara

    Meu nome é Thaís Bechara. Sou professora, pedagoga, mãe, psicopedagoga e orientadora educacional (exatamente nessa ordem). Com sólida experiência na área da Educação Infantil e Ensino Fundamental, sempre atuei em colégios de grande porte e de destaque no mercado.

    Sou graduada em Pedagogia (Orientação Educacional e Administração escolar), com Curso de Especialização em Psicopedagogia (“lato sensu”) pela PUC-SP- área institucional.

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